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Mundo em Caos | Crítica

Mundo em Caos (Chaos Walking) traz para as telonas o universo de Patrick Ness (baseado no livro “O Motivo”), com grandes possibilidades para uma trilogia. Com direção de Doug Liman, o longa nos traz o personagem Todd Hewitt (Tom Holland) nascido e criado em Prentisstown no Novo Mundo. Lugar onde só vivem homens, após o massacre de todas as mulheres. O garoto encara as dificuldades diárias, em um mundo onde não tem privacidade com todos os seus pensamentos expostos.

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Atualmente temos que tomar muito cuidado com as coisas que falamos. Ou com nossas atitudes, porque o que mais tem são pessoas cuidando da nossa vida, principalmente nas redes sociais, não é mesmo? Agora imagina os seus pensamentos não terem filtros? E tudo o que você pensar ou sonhar ser exposto para qualquer pessoa que estiver ao seu redor, com certeza: MUITA “TRETA”!

LENTO, MAS FUNCIONA

Mundo em Caos começa com um desenvolvimento lento, podendo ser considerado para alguns algo “maçante”, porém, a forma que o filme se desenvolve é necessária. Conhecemos os personagens, um pouco sobre o Novo Mundo e a cidade de Prentisstown que é liderada pelo prefeito Prentiss (Mads Mikkelsen).

No primeiro ato conhecemos o personagem Todd Hewitt e como o mesmo se esforça para aprender e controlar o seu ruído. Além sisso, somos apresentados aos seus pais Ben (Demian Bichir) e Cillian (Kurt Sutter) que fazem de tudo pelo filho. De imediato percebemos a consideração que Todd tem pelo prefeito Prentiss. E a “necessidade” em conseguir sua confiança, devido ser o homem que todos respeitam e confiam cegamente.

Logo começamos a questionar alguns pontos apresentados no decorrer do filme. Os Spackle (espécie oriunda do planeta) são apresentados, mas não explorados. O “ruído” que expõe sem nenhum filtro o pensamento de todos. Atingindo apenas aos homens e o porquê do massacre de todas as mulheres do Novo Mundo.

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CEDER OU QUESTIONAR

Todd tem uma reviravolta em sua vida, no dia em que encontra Viola Ead (Daisy Ridley) no terreno de sua casa. O garoto fica completamente em choque ao ver uma mulher pela primeira vez em sua vida. Ainda mais pelo fato dela não ter o Ruído e ele não saber o que ela pensa.

Encantado com a beleza de Viola, logo ele terá que decidir entre deixar a garota nas mãos do prefeito Prentiss (notável o grande interesse dele na garota), espalhando que ela representa um perigo para todos, ou se questionar sobre o real interesse do prefeito.

E assim, o filme começa a deixar de lado a “lentidão” para acompanhar Todd Hewitt. Ou seja, em uma busca pela verdade seja sobre sua vida e agora por sua sobrevivência, uma vez que decidiu ir contra as palavras e vontade do prefeito.

CONEXÃO E COMÉDIA NO PONTO CERTO

Tom Holland e Daisy Ridley mandam muito bem. Entregam uma conexão muito boa entre os personagens, despertando o interesse de quem assiste para ver até onde vai. Uma garota em um mundo anunciada como total ameaça. Um garoto em seu primeiro contato com uma mulher precisando descobrir se ela realmente é um perigo ou se tudo que ouviu até agora não passou de uma farsa.

Mundo em Caos consegue tirar bastante risos de quem assiste. As situações apresentadas entre Todd e Viola; já que por ser novidade para ele ver uma mulher, fica completamente difícil. Ou seja, controlar seus pensamentos que são expostos a todo o momento. Fica cada vez mais difícil para Todd esconder a sua admiração e encantamento pela aparência e voz da Viola durante o longo caminho que tem que percorrer. Ao mesmo tempo, ele precisa achar uma forma de ganhar a confiança dela. Uma vez que não consegue saber o que se passa na cabeça de Viola.

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Trazendo algo diferente para as telonas (o ruído) e de forma bem trabalhada, Mundo em Caos se entrega de forma satisfatória. Deixando um gostinho de quero mais para conhecer este mundo desconhecido e entender ainda mais sobre o ruído. Eu que não li os livros, após ver o filme fiquei com grande curiosidade para conhecer o universo de Patrick Ness.