O Mundo Sombrio de Sabrina | Última Temporada é Decepcionante
NQuando a Netflix anunciou que a 4ª temporada de “O Mundo Sombrio de Sabrina” seria a última, os fãs viriam à loucura, principalmente porque o showrunner da série, Roberto Aguirre-Sacasa, tinha prometido algo incrível para sua 5ª temporada.
No entanto, o que viria a seguir não agrega em nada em relação às temporadas anteriores. Se a 1ª temporada da série nos trouxe a gratificante vontade de entrar num universo de bruxaria. Ou seja, sem medo e se envolver com uma história a a ponto de querer ver cada vez mais, a última temporada da série mostra que o cancelamento da série veio no momento certo.
A ESCOLHA CERTA
Acabar “O Mundo Sombrio de Sabrina” em 2020 certamente foi uma das melhores escolhas que a Netflix. Poderia ter feito em um ano em que tudo deu errado e o desenvolvimento de diversas produções foi prejudicado.
Com episódios semelhantes e acontecimentos previsíveis a série desperdiçou o desenvolvimento de diversos personagens que, até então, haviam amadurecido ao longo das três temporadas anteriores. Os personagens Prudence (Tati Gabrielle), Ambrose (Chance Perdomo) e Nick (Gavin Leatherwood), que tinham tido suas histórias tão bem desenvolvidos e exploradas anteriormente, aqui não tiveram nenhum tipo de aproveitamento e só serviram como tapa buraco para os erros da protagonista.
PERSONAGENS ESQUECIDOS
Os amigos de Sabrina também caíram no esquecimento, Theo (Lachlan Watson) e Robin (Jonathan Whitesell) tinham tudo pra ser o casal mais querido da série, e de fato foi, mas aqui os diálogos entre eles eram quase que jogados sem nenhum desenvolvimento, brigaram, terminaram e reataram, mas isso não foi explorado. O mesmo acontece com o relacionamento de Ros (Jaz Sinclair) e Harvey (Ross Lynch), que trouxe um plot twist sobre a origem dos poderes dela. Queríamos mais, mas não aconteceu.
Outra decepção foi Mambo Marie, uma personagem que tinha criado uma relação ótima com a tia Zelda (Miranda Otto) e, do nada, se revela outra pessoa indo embora sem acrescentar em nada na história. Lúcifer (Luke Cook), Lilith (Michelle Gomez) e Caliban (Sam Corlett) tinham tudo para serem ótimos vilões se não fossem os “terrores do sobrenatural”. Os seus personagens quase nem aparecem e quando surgem não tem nenhuma relevância para a história.
DESFECHO DECEPCIONANTE
Com um roteiro simples, diálogos pobres e musicais exagerados, a série nos trás algo completamente diferente do que havíamos imaginado quando vimos o trailer. Nem mesmo nossa tão amada protagonista, Sabrina Spellman (Kiernan Shipka), foi capaz de salvar-se deste grande desastre. Todo o seu amadurecimento regrediu de uma hora para a outra nesta temporada, repetindo os mesmos erros que no início da série… mentiu, foi egoísta e infantil em muitos momentos.
Para não dizer que não falei das flores, o penúltimo episódio da série foi o único que conseguiu ser atrativo. Isso se dá por conta das referências da série dos anos 90, com as tias da comédia e o gato Salem falante. E se cabe mais um spoiler, o último episódio, que mostra o triste sacrifício e consequentemente morte da Sabrina. Poderia ter sido algo inesperado se não fosse o fato de que ela tomou as piores decisões para este fim durante todo o caminho. Nem mesmo o reencontro com seu amado Nick no pós morte foi capaz de aliviar o caos que reinou na temporada inteira.
Dito isso, o desfecho foi decepcionante para nós fãs que acompanhamos a história desde de o início e estávamos no aguardo de um final digno.