Segredos de Guerra | Uma homenagem à história
Um triângulo amoroso proibido parece ser um tema que recentemente vem atraindo a atenção e curiosidade do público. Dito isso, para uma produção do tipo se destacar, é necessário que haja um diferencial que a sobressalte das demais. Ou seja, Segredos de Guerra (Firebird) faz isso ao prestar uma homenagem à história do ator e ex-soldado da antiga União Soviética. Sergey Fetisov (1952-2017), com a adaptação de seu livro de memórias intitulado A Tale About Roman.
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A saber, a trama se passa no auge da Guerra Fria quando Sergey se apaixona por um piloto de caça em uma nação onde o preconceito para com homossexuais perdura até os dias de hoje. Explorando sua vida como soldado e o início de sua carreira como ator, o filme conta como o amor dos dois tentava se encaixar na sociedade na qual viviam e todas a implicações que ambos deveriam enfrentar.
Por trás das câmeras
O ótimo trabalho do diretor Peeter Rebane em seu primeiro longa-metragem foi meticuloso. Ou seja, tentando sempre respeitar a delicada e polêmica história de amor que transmitiria em tela. Sendo assim, saber que Rebane e Tom Prior (protagonista do filme, além de roteirista e produtor ao lado de Rebane) entrevistaram o próprio Sergey antes de sua morte é apenas um dos fatores que nos diz o quanto eles queriam que essa história fosse bem contada.
Ainda que não escape da previsibilidade – para quem não conhece a vida de Sergey – o filme consegue se apresentar como um drama autêntico, dado o seu contexto histórico. O incômodo maior, que é impossível de se passar despercebido, é o fato de o filme ser inteiramente falado em inglês. Contando com um elenco composto por alguns atores falantes do idioma russo e apresentando placas e sinalizações no idioma. Então, era de se esperar que esse “detalhe” não fosse ser deixado de lado pela produção. O que acaba destoando do filme e desconectando o senso de contextualização e catarse do espectador.
Segredos de Guerra estreou hoje nos cinemas. Um romance que deixa a sua marca e sua homenagem de modo tímido, mas cautelosamente encantador.
