Nancy Drew | Review Episódio 1 | Temporada 1
‘Nancy Drew’ (Kennedy McMann), é uma garota que sempre teve talento para descobrir mistérios. Porém, após a morte precoce da mãe, ela deixa suas habilidades de lado e segue uma vida pacata como garçonete. Entretanto, quando ela e seus colegas são suspeitos de um assassinato, ela coloca em prática seus dons para solucionar o mistério. Logo de cara somos apresentados de forma superficial à história da protagonista e de forma mais apressada ainda, às pessoas que a cercam. E com a falta de informações pessoais e geográficas que circulam a história, fica à cargo do roteiro nos convencer a continuar assistindo à série. Afinal essa é a principal função de um episodio piloto.
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E é exatamente aí que mora a principal fraqueza do episódio. Nem mesmo a carisma da protagonista ou a fotografia bem elaborada mascaram minimamente um roteiro preguiçoso. Roteiros fracos podem até ser parcialmente perdoados se pelo menos fizerem jus à temática, que é o motor motriz de qualquer história. Mas nem mesmo nisso ‘Nancy Drew‘ consegue ganhar pontos. A série, por se tratar de mistério, não consegue induzir curiosidade.
O mistério puxa os personagens para si de forma forçada, direta e indiretamente. Diretamente quando o assassinato acontece a poucos metros de onde trabalha Nancy e seus colegas e indiretamente quando todos ali parecem ter algum tipo de relação com a vítima de forma forçada.
Os diálogos são extremamente explicativos, principalmente quando o pai de Drew, Carson Drew (Scott Wolf), entra em cena. Sem motivo algum ele fala da relação conturbada com a filha sem que isso se encaixasse de forma natural ao momento. Ou quando o parceiro romântico de Nancy, Ned Nickerson (Tunji Kasim), fala que Nancy está fugindo de seguranças particulares a ela mesma sendo que ela e o espectador já sabiam disso sem maiores dificuldades.
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Os dramas são ridiculamente superficiais e nada atrativos. A gerente do restaurante onde Nancy trabalha, George Dayne (Leah Lewis) a trata mal por ela não defendê-la na época da escola o que aparece de forma repentina e mal encaixada no capítulo. Nancy Drew é egoísta e pouco compreensiva com o pai, o que nos afasta da protagonista e rende um dos piores momentos do episódio, com direito a choro mimado e literalmente uma corrida para fugir da situação, o que mais pareceu uma sátira a filmes e séries verdadeiramente dramáticos. Verdadeira vergonha alheia.
Mistério adolescente já vimos aos montes nas séries. O diferencial aqui é a suposta presença do sobrenatural, que é vergonhosamente clichê (uma moça que se matou e estaria assombrando a cidade) e inserida na história através de diálogos expositivos e cenas nada originais, como porões e ruas abandonadas.
O episódio piloto de Nancy Drew tenta se sustentar em mistérios bobos, como se isso escondesse um roteiro fracassado e preguiçoso, ofendendo o público com diálogos expositivos e situações forçadas. A série tem profundidade de sitcons da Disney mas finge ter alguma camada além, falhando em quase tudo que deveria ser responsável por atrair para si uma audiência.