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Armadilha | Crítica

Armadilha (2024), o mais recente thriller psicológico de M. Night Shyamalan. Uma montanha-russa de emoções que certamente dividirá opiniões. O filme, que mistura elementos de suspense, drama e ação, apresenta uma trama envolvente que prende a atenção do espectador, mas também levanta algumas questões sobre sua execução.

| Os Observadores – Crítica

Sinopse

Na história de Armadilha, um badalado show da cantora pop Lady Raven vira alvo de uma operação policial obscura. Ou seja, na busca de um serial killer apelidado de “The Butcher” (“O Açougueiro”, em português), que aterroriza a população com seus assassinatos brutais.

Promissor?

O filme se baseia em uma ideia intrigante: um pai e sua filha, presos em um show de música pop que se transforma em uma armadilha mortal, enquanto um serial killer manipula o evento para escapar. Embora essa premissa tenha um potencial claro para criar momentos de tensão e reviravoltas, a realização da ideia deixa a desejar em alguns aspectos.

O filme consegue estabelecer uma atmosfera de suspense envolvente, com momentos de tensão que mantêm o espectador à beira do assento. A trilha sonora desempenha um papel crucial ao intensificar essa experiência.

Desde o início até o final, a atmosfera criada é eficaz, oferecendo a dose certa de tensão e mantendo o público curioso sobre o que acontecerá a seguir. A trilha sonora, por sua vez, é a cereja do bolo, enriquecendo cada cena. Imagine um mega show pop, similar aos eventos de Taylor Swift, com uma multidão de fãs, um serial killer à solta e o FBI lutando contra o tempo para resolver o caso.

Elenco

O elenco oferece atuações robustas!

Josh Hartnett, como Cooper, se destaca ao apresentar uma atuação dinâmica. Seu personagem passa por três estágios distintos ao longo do filme. No início, revela uma personalidade específica, no meio, suas expressões e atitudes mudam, e no final, ele se transforma completamente, trazendo uma nuance que lembra a complexidade de “Fragmentado”. Hartnett entrega uma performance notável.

Ariel Donoghue, no papel de Riley, também se destaca ao retratar uma fã fervorosa com autenticidade. Sua interpretação captura a intensidade e a emoção de alguém que é verdadeiramente dedicado a um ídolo, refletindo bem os surtos e gritos típicos de uma fã apaixonada.

Falhas?!

Entretanto, o filme apresenta várias falhas que comprometem sua eficácia. O final ambíguo, apesar de possivelmente atraente para alguns, deixa muitos espectadores com uma sensação de incompletude, uma vez que a conclusão não oferece respostas definitivas. Além disso, a trama é marcada por incoerências: as ações dos personagens e certos elementos da história parecem pouco realistas e forçados, o que pode prejudicar a imersão do público. A representação do FBI como uma organização ineficaz e facilmente enganada também soa exagerada, diminuindo a credibilidade da narrativa.

Ao comparar “Armadilha” com outras obras de M. Night Shyamalan, como “O Sexto Sentido” ou “Fragmentado”, fica claro que o filme não atinge o mesmo nível de profundidade e complexidade. Embora o filme mantenha a característica de Shyamalan de incorporar reviravoltas inesperadas e temas complexos, ele se mostra mais linear e menos intrincado.

Conclusão

“Armadilha” é um thriller psicológico que proporciona entretenimento e momentos intrigantes, mas suas falhas de execução e a falta de profundidade em relação aos trabalhos anteriores de Shyamalan podem deixar o público com um desejo de algo mais substancial. Embora a experiência seja satisfatória, pode não ser suficiente para deixar uma impressão duradoura.

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