07 animações esquecidas pelo público
Na semana da criança o Pipocando Notícias preparou uma lista cheia de animações esquecidas que vão te fazer chorar e vibrar como na primeira infância.
Passou o tempo que as animações eram feitas só para as crianças, né?! Aliás, o que mais vemos é marmanjo reivindicando mudanças nos desenhos infantis. E por que isso acontece? Bom, talvez seja pelo conforto e imaginário que os desenhos e o enredo todo especial criam, que fazem com que as animações tenham um espacinho reservado e intocado em nosso coração.
A proposta dessa indicação é cavar para além do acervo Disney o que as grandes animações nos reservam, algumas delas são bem carregadas em mensagens para deixar muito adulto por aí refletindo. Então, vamos lá… A você, desejo uma boa descoberta ou lembrança e um feliz dia para a criança que ainda habita em você!
#1 Planeta do Tesouro (2002)
E se a Disney é a sua referência quando se trata de animações, por que não começar com esse filme que é um verdadeiro tesouro inexplorado?
Planeta do Tesouro é uma ficção científica situada em um universo 80% steampunk 20% pirata [proporções dadas por mim]. A história começa com o rebelde garoto Jim em seu mundo ordinário onde, com muita dificuldade, ajuda a sua mãe a manter uma estalagem.
Tudo muda quando Jim acha um mapa que leva a um planeta com um tesouro e resolve embarcar na jornada que acredita mudar sua vida. E em um cenário irretocável, o filme é uma viagem cheia de altos e baixos, o que torna a trama complexa demais para ser assistida quando criança, talvez um dos motivos de Planeta do Tesouro ter ancorado e não receber o reconhecimento que merece.
Dirigido por Jonh Musker e Ron Clements [mesmos diretores de A Pequena Sereia, Hércules e Aladdin], o filme resiste ao tempo sendo a opção perfeita para os amantes de uma boa aventura, na contramão dos contos de fadas tradicionais, misturando o clássico e o futurista.
#2 A Viagem de Chihiro (2001)
Saindo do universo Disney, é possível habitar em um novo estilo de animação que combina todos os elementos de um excelente filme. A Viagem de Chihiro é o retrato da cultura oriental em vários espectros, mas o principal, a sensibilidade de sua narrativa.
O filme lançado em 2001 pelos estúdios Ghibli, dirigido por Hayao Miyazaki e Kirk Wise, conta a história da pequena Chihiro, uma garota que em uma viagem de mudança vê seus pais se transformarem em porcos depois de comerem em um lugar estranho. Sendo a única capaz de reverter a situação, ela se joga em um mundo fantástico para salvá-los.
Apesar de fabuloso, o universo que Chihiro penetra e a jornada que assume é cheia de similaridades com o mundo real e as situações que ele nos impõe. A Viagem de Chihiro é um filme sobre transformação, sobre crescer e amadurecer. Ainda que tenha vencido o Oscar, o filme é pouco visto por não estar no “hype” das animações convencionais, mas uma indicação 10/10 para quem busca novas, boas e emocionantes histórias.
#3 Jack e a Mecânica do Coração (2015)
E se você tá gostando dessa onda subversiva, o metafórico musical Jack e a Mecânica do Coração é daqueles filmes rápidos e devastadores que você vai literalmente amar. A obra francesa dirigida por Stéphane Berla e Mathias Malzieu e estreada em 2015 é mais do que um filme sobre o amor, é sobre vida.
A vida de Jack começa no dia mais frio do ano, quando ainda bebê teve seu coração congelado pelo frio. Para salvá-lo, Madeleine, uma feiticeira, cria uma engenhosa mecânica que substituiu seu coração por um relógio, onde Jack só sobrevive se: nunca mexer nos ponteiros, sempre manter-se calmo e… nunca se apaixonar.
A feiticeira e mãe adotiva de Jack teme pela vida do filho, o privando de viver o mundo até o seu aniversário de 10 anos, quando ele se aventura e mesmo com ressalvas, se permite viver. Cheio de subtextos e interpretações gostosas demais para não serem descobertas, o filme é um passeio por um cenário circense, teatral e, de forma bem enxuta, pela história do cinema. Belo em todos os sentidos, essa indicação vai para quem vive apaixonado ou simplesmente é apaixonado pela vida.
#4 O Caminho para El Dorado (2000)
Seque as lágrimas e corre aqui pra nossa quarta indicação que vai te arrancar boas risadas. O Caminho para El Dorado é um filme de 2000 que coloca a Dreamworks em pé de igualdade com o jeito Disney de se fazer animação.
Irreverente e divertida, a trama de Miguel e Túlio nos conquista logo nos primeiros minutos quando vemos que o filme se trata de dois grandes amigos, vigaristas que entraram de gaiato num navio explorador e conseguem, com a ajuda de um cavalo, um mapa para a cidade perdida, El Dorado, como o próprio nome sugere, a cidade do ouro.
Como se não bastasse as confusões imagináveis com essa premissa, os dois entram na cidade e são confundidos com deuses, o que os provoca ainda mais confusões. O que mais me prende e me chama atenção no filme dirigido por Bibo Bergeron, Jeffrey Katzenberg e Don Paul, são os protagonistas. Cheios de humanidade, planos, piadas, tramoias e completamente imperfeitos, Túlio e Miguel são o retrato da amizade verdadeira.
O filme te arranca boas risadas, momentos vibrantes e regados a um trilha sonora fiel ao enredo, muita irreverência em sua narrativa e rompimento de padrões. Um dos filmes de ouro da Dreamworks, pouco comentado pelo público [sei lá o porque] mas que merece ser visto várias vezes.
#5 Minha Vida de Abobrinha (2016)
Peguem os lencinhos, Minha Vida de Abobrinha é um filme forte, no bom sentido. Dirigido por Claude Barras, a animação franco-suíça faz uso da técnica de stop motion e estreou no mesmo ano que Zootopia e Moana, mesmo assim garantiu seu espacinho nos indicados ao Oscar.
Nele, Abobrinha, um menino de 09 anos, tem uma vida doída ao lado da mãe negligente. Tudo parece piorar quando ela morre em um acidente e o garoto é levado para um orfanato onde passa a conviver com outras crianças com problemas iguais ou piores.
Tá, “por que eu vou ver um filme desse?” resposta: permita-se se surpreender. Minha Vida de Abobrinha é exatamente o tipo de filme que você não dá nada e ganha tudo. Em poucos minutos, a rotina desse garoto simples e seus colegas toma uma proporção gigante na sua mente e no seu coração. O tema complexo é tratado de forma absurdamente sensível e realista.
É o tipo de animação que cumpre seu papel do começo ao fim e utiliza de recursos para ilustrar de forma lúdica temas pesados e sérios da maneira que eles são. Retratando crianças e suas peculiaridades da maneira que elas são. Por não estarmos habituados com esse tipo de animação, o filme ainda causa estranheza aos espectadores brasileiros, mas aos que assistem, apenas deleite.
#6 Kubo e as Cordas Mágicas (2016)
Lançado em 2016, o filme de Travis Knight, Kubo e as Cordas Mágicas é um verdadeiro presente da [ou para a] cultura oriental. Como o próprio protagonista, a animação feita pelo estúdio Laika [nunca errou rs] tem o poder de nos prender a história.
No filme, o jovem Kubo leva a vida cuidando de sua mãe viúva e ganhando a vida como contador de histórias, coisa que ele faz muito bem. Mas certo dia, ele acidentalmente invoca um espírito de seu passado que volta querendo vingança. Para detê-lo, Kubo deve unir forças ao seus amigos Macaco e Besouro para salvar sua família e desvendar o mistério da morte de seu pai.
Se a sinopse é boa, o filme não decepciona. Cheio de ação e mistério, Kubo nos ganha por um enredo cheio de peripécias, códigos e humor inteligente. Para sentir toda adrenalina do filme é preciso estar atento aos detalhes que se suspendem do começo ao fim. Seu esquecimento se dá pela sua complexibilidade e riqueza abundante e pouco acessada. Em poucas palavras, Kubo é mágico!
#7 Anastasia (1997)
Anastasia é o tipo de protagonista que podia ser princesa da Disney mas não é. Um vilão claramente identificável, um mascote fofinho, uma narrativa clássica… Elementos piegas [e completamente funcionais] que não cansamos de ver em cena.
Mas Anastasia se diferencia pela irreverência com os seus personagens, em especial o vilão Rasputin. Na animação produzida pela 20th Century Fox e dirigida por Don Bluth e Gary Goldman em 1997, o filme inspirado em fatos reais [e sinistros] fantasia a história de Anastasia Romanov após ter escapado de um ataque ao seu palácio. Anos depois, ela aparece em um orfanato sem se lembrar de nada, querendo reaver seu passado.
No caminho a São Petersburgo, ela encontra dois charlatões, Dimitri e Vladimir, que sem saber que ela é realmente a princesa perdida, tentam apresentá-la grã-duquesa para ganharem uma gorda recompensa.
Sem se ater aos fatos reais e a todo contexto implicado a Revolução Russa, o filme se torna muito legal de ser visto. Trilha sonora inesquecível, romance entre dois personagens opostos, um alívio cômico, um vilão carismático… Tudo contribui para que Anastasia entre para o nosso baú de relíquias.
A concorrência com inúmeras princesas com a grife de Mickey Mouse fez com que Anastasia fosse deixada de lado, porém a compra da Fox pela Disney, podemos ser surpreendidos com um live-action cheio de magia e reconhecido do jeito que merece.
E essa foi nossa lista especial para a semana da criança aqui no Pipocando! Divirta-se muito assistindo e/ou reassistindo para depois voltar aqui e contar tudo o que achou sobre os filmes. Não esqueça de pedir sugestões de indicações pelas nossas redes sociais:
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