A Libertação | Crítica
A saber, o filme da Netflix, “A Libertação“, baseado na história de Latoya Ammons, apresenta uma versão dramatizada dos eventos, explorando temas como fé, família e o sobrenatural. Importante ressaltar que o filme é uma obra de ficção e que algumas liberdades criativas foram tomadas por parte da direção.
Ebony Jackson (Andra Day) enfrenta diariamente os desafios da vida adulta. Com um passado marcado por uma passagem pela prisão e a ausência do pai de seus filhos, que serve no exército sem previsão de retorno, Ebony precisa conciliar a criação de seus três filhos — André (Anthony B. Jenkins), Nate (Caleb McLaughlin) e Shante (Demi Singleton) — com as dificuldades financeiras. Além de garantir alimentação e moradia para a família, ela precisa arcar com os custos do tratamento de câncer de sua mãe, Alberta (Glenn Close).
Sob o acompanhamento de uma assistente social, Ebony, em sua nova casa, precisa demonstrar que tem condições de criar seus filhos para evitar perder a guarda. No entanto, o que ela não esperava era enfrentar situações inimagináveis, quando tudo começa a tomar um rumo sombrio.
A Trama
A Libertação nos apresenta dois pontos fortes em seus 1h52min de duração.
Primeiramente, o filme nos introduz aos personagens, construindo uma conexão profunda com cada um deles através de suas breves histórias. Ou seja, a infância conturbada de Ebony, marcada por mágoas em relação à mãe, a impulsiona a criar seus filhos de forma diferente, protegendo-os das dificuldades que ela mesma enfrentou.
No entanto, a adolescência, com seus desejos e exigências, coloca à prova a capacidade de Ebony como mãe. A necessidade dos filhos por bens materiais, como festas de 15 anos e celulares modernos, reflete a influência da sociedade consumista sobre as novas gerações. É comum que crianças e adolescentes sejam influenciados pela tecnologia, o que pode gerar conflitos familiares.
Cuidar de uma casa e criar filhos sozinha é um desafio e tanto, especialmente quando se enfrenta dificuldades financeiras. A solidão e a incerteza do futuro podem gerar grande angústia em qualquer mãe. No caso de Ebony, a situação se agrava com o comportamento estranho e perturbador dos filhos, que a levam a um estado de desespero e impotência.
A importância da família se revela como um pilar fundamental na trama. A luta de Ebony por proteger seus filhos, mesmo diante de desafios sobrenaturais, demonstra o amor incondicional de uma mãe. A união familiar, apesar das dificuldades, se torna a força que os impulsiona a superar os obstáculos.
Fé
Após nos apresentar uma força maléfica que invade o lar da família Jackson, o filme “Libertação” destaca de forma contundente a importância da fé como antídoto contra o mal.
A trama nos conduz a um universo sombrio e demoníaco, revelando os devastadores efeitos de uma presença maligna sobre indivíduos e famílias. A fragilidade e o desespero a que as vítimas são submetidas revelam o objetivo primordial do demônio: a destruição da alma humana.
Diante desse cenário, o filme enfatiza a necessidade inalienável da fé em Deus e em Jesus Cristo. A personagem de Alberta, ao intuir a presença de forças sobrenaturais, personifica a busca por explicações transcendentes. No entanto, a descrença de Ebony, mesmo diante da experiência de fé de sua mãe, reflete a realidade de muitos em nossa sociedade contemporânea, marcada pela racionalidade e pelo ceticismo.
“Libertação” deixa claro que, em momentos de profunda angústia e desespero, a fé em Jesus Cristo se revela como o único caminho para a salvação. A mensagem central do filme é a de que, independentemente das adversidades, a fé inabalável em Deus proporciona força e esperança, garantindo a proteção divina.
Fatos Reais
O caso de Latoya Ammons é um dos mais bizarros e controversos da história recente, tendo servido de inspiração para o filme de terror da Netflix, “A Libertação”. A história se passa em Gary, Indiana, e envolve alegações de possessão demoníaca, atividades paranormais e uma família em desespero.
As alegações da família ganharam ampla repercussão na mídia, dividindo opiniões entre aqueles que acreditavam na história e aqueles que a consideravam uma farsa. Porém, houve alegações de que Latoya possuía problemas psicológicos e que teria induzido os filhos a agirem de forma estranha. Em decorrência dos eventos, Latoya perdeu a guarda dos filhos.
A polícia investigou o caso, mas não encontrou provas concretas das atividades paranormais.
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