‘As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais’ | Crítica
Comédia romântica francesa mostra uma divertida aventura que se equilibra entre a identificação do público e situações inusitadas, mas mesmo assim não consegue fugir do clichê.
Em As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais temos Marion (Camille Chamoux), uma mulher independente, bem humorada e adepta a novidades. Ela marca um encontro no Tinder com Ben (Jonathan Cohen), um homem mais apegado à zona de conforto que é mais apegado à família. Logo nos primeiros minutos do filme recebemos um parâmetro da personalidade dos protagonistas quando Marion chega de barco com os amigos ao encontro e sobre como Ben reage com surpresa e curiosidade à empolgação inerente ao seu par romântico.
E, apesar das diferenças, ambos se conquistam e decidem partir juntos para uma viagem à Bulgária, lugar entre os dois pontos no mapa onde ambos pretendiam passar as férias. Sem se conhecerem direito e com advertências de amigos e familiares de que a empreitada poderia dar muito errado, ambos topam ir em frente com o plano.
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Marion geralmente vê o copo como “meio cheio” e busca achar a motivação, mesmo em lugares pouco confortáveis, na beleza da experiência e por isso, quando ambos se encontram em ambientes com menos luxo e lidando com pessoas diferentes, testemunhamos uma Marion empolgada e um Ben que apenas aguenta os desprazeres demonstrando ou não sua indignação, já que sua acompanhante parece estar curtindo a experiência. Ben já preza mais pelo bem-estar e não vê problema em passar quanto tempo for em uma zona agradável e pacata. E quando o seu ambiente mais favorável nos é apresentado, Marion lida com frustração e agressividade.
O filme brinca com o modo como os casais lidam quando um conhece melhor o outro e tem de encarar coisas que não agradam e aprendem ou não a conviver juntos. E a ponte para esse estudo aqui é que os protagonistas decidem passar dias juntos em viagem sem antes saberem se fariam isso caso se conhecessem melhor. E é através de situações engraçadas, personagens excêntricos e momentos difíceis que eles decidem se estão dispostos ou não a fazer sacrifícios para manter a relação de pé.
Camille Chamoux rouba a cena em certos momentos quando consegue dizer muito mesmo em silêncio. Ela é a atriz perfeita para o drama e é mais profunda do que o filme pede. Realmente um trabalho excepcional. Jonathan Cohen tem um timing cômico excelente e seu personagem pastelão lembra muito os que Adam Sandler costuma fazer. Mesmo em circunstâncias absurdas, o filme também busca a identificação do espectador, já que no geral é comum casais passarem por problemas na relação quando se conhecem melhor.
Nem todas as piadas funcionam e o drama, principalmente no terceiro ato, aparece desmedido e um pouco comprido demais, o que poderia ter sido distribuído melhor ao longo do filme. A sensação que se tem é de que a comédia romântica só se lembrou da parte “romântica” em seu final. E peca ao tentar se levar a sério e fugir de sua própria superficialidade. O seu diferencial de aventura poderia dar mais agilidade ao filme e diminuir certas barrigas que não acrescentam muito à história.
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