Duna: Parte 2 | Crítica
Duna: Parte 2 repete qualidade e defeitos de seu antecessor.
A saber, a sequência de Duna de 2021 chega aos cinemas para encerrar a história do primeiro livro da trilogia literária de Frank Herbert, e traz novos rostos ao elenco como Austin Butler, Florence Pugh e a participação de Anya Taylor-Joy.
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O nicho de Arrakis
Adaptação de sucesso em 2021, conquistando um bom público nos cinemas, mas ainda assim não se pode falar em unanimidade. Verdade é que muitos amaram o que viram há três anos, mas muitos também se decepcionaram. E o filme que chega em 2024 não é diferente. O sentimento é o mesmo porque o filme mantém a essência do anterior em todos os aspectos. Um ponto positivo, pois o filme mostra que se entende dentro de sua proposta, mas negativo, pois não apresenta perspectiva de expansão de público alvo hoje nichado da saga.
Os que amaram o filme de 2021, certamente amarão o filme de 2024, e o mesmo vale para as pessoas que se decepcionaram.
Estética fenomenal, o resto…
Duna: Parte 2 não é exibido em IMAX à toa. O filme sabe usar do recurso cinematográfico muito bem com o seu visual deslumbrante das areias do deserto, com a edição de som de tirar o fôlego ao preencher a sala com explosões, espadas e motores, com a trilha sonora impecável do renomado Hans Zimmer…Um grande destaque também para os figurinos belíssimos e para os efeitos visuais (os vermes são surreais”). Ou seja, é inegavelmente uma experiência para o cinema.
Contudo, apesar de impressionar na técnica, o filme desliza quando alguns outros fatores são colocados na balança. O elenco é repleto de nomes gigantescos, mas que a maioria não são bem aproveitados. Os já citados Austin Butles e Florence Pugh, por exemplo, são dois atores que estão em alta atualmente em Hollywood, e tem seus personagens quase reduzidos a participações de tão breves que são seus tempos de tela, e de tão raso que seus personagens são na história do filme.
E …
Em relação aos personagens que já haviam participado do primeiro filme também, a situação não difere tanto. Zendaya – mais um grande nome – não tem absolutamente nenhum desenvolvimento de personagem. Sua personagem já é completamente fiel às suas crenças e bem resolvida com seus problemas. O próprio protagonismo de Timotheé não chama atenção pois seus personagem, apesar de ser o que mais evolui de fato no filme, não é bem trabalhado.
O principal motivo para essa defasagem é o roteiro, que não sabe construir os seus personagens para engajar o público com suas histórias, mas apenas com o mundo fictício no qual eles se inserem. Então, o roteiro não sabe aproveitar o elenco rico que tem em mãos, o que limita os artistas a lidarem com papéis fracos em um filme que tinha tempo (e muito!) para trabalhar bem seus arcos. Além disso, uma edição que deixa a desejar e contribui para a construção de um clímax sem impacto e um final sem apelo.
Colocando na balança
Dá pra dizer que, em termos de forma e conteúdo, Duna: Parte 2 acerta na forma (visualmente). Desde apresentação de mundo até personagens e grupos/comunidades, mas peca no conteúdo por não saber trabalhar bem o que quer apresentar com a profundidade necessária.
Em suma, Duna: Parte 2 estreia dia 29 de Fevereiro em todos os cinemas.