Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes | Crítica

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes traz uma ótima origem de vilão!

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Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes do universo literário de Jogos Vorazes está chegando aos cinemas trazendo um pouco a história do Presidente Snow, vivido por Donald Sutherland nos filmes protagonizados pela Jennifer Lawrence. E agora sendo interpretado por Tom Blyth em uma versão mais jovem do personagem.

Vilão autêntico

O que diferencia Snow de outros famosos vilões não é o seu arco propriamente dito. Origem humilde, injustiçado pela sociedade, almejando o melhor para os seus… Tudo isso já foi abordado em vários outros universos cinematográficos e literários, mas a história de Snow é enriquecida da mesma maneira que o filme em si enriquece a mitologia do universo, com uma história bem contada e por pessoas que sabem contar a história.

Sua autenticidade bebe da fonte da simplicidade, mas é salva pela boa execução principalmente de seu elenco. Tom Blyth surpreende ao entregar em tela um vilão essencialmente humano, com todo a amor, compaixão, e senso de justiça mesclados ao egoísmo, à ganância, à violência movida pelo instinto de sobrevivência, e a uma necessidade inconsciente de deixar de ser o oprimido e se tornar o opressor.

Viola Davis? Presente!

Uma atriz de peso como Viola não passa despercebida em nenhuma produção. A atriz protagoniza várias das melhores cenas ao lado de Tom Blyth (os dois melhores do elenco no filme), podendo ser vista como uma personificação caricata da mídia, preocupada sempre com a imagem que os Jogos passam e almejando sempre mais. Fria, calculista, e lúdica, Viola mostra nesse filme mais uma vez que é um dos maiores nomes de sua geração. Uma nova faceta, a mesma excelência.

Figurinos impecáveis, eu diria, assim como cabelo e maquiagem. A fotografia e sua paleta de cores alinhadas com a história de maneira genial e linda, mas que não conseguem tirar o foco de um design de produção que deixa a desejar, além do descompromisso com furos de roteiro, intencionais e não intencionais. Salvo também a trilha sonora, que compõe e abraça muito bem a história.

Cantigas, pássaros e serpentes

O nome do filme é longo, mas é um ótimo resumo da história em três palavras. O filme tem mais números musicais (até demais) que muitos musicais por aí, e os animais do título tem tanto protagonismo na história, seja direta ou indiretamente, quanto os atores em si. E não só o nome do filme é longo, mas o próprio filme apresenta uma duração desnecessariamente grande. E mesmo que dividido em três partes/capítulos muito bem definidos e bem contados em seus 158 minutos, o filme cansa.

Sem julgar o filme quanto sendo uma adaptação e questões como fidelidade deixada de lado, uma vez que eu não li o livro, o livro se apoia no tripé título de maneira sutil para contextualizar a queda e a ascensão de Snow em um universo que ganha uma ótima camada política nesse filme. Mostrando que os Jogos Vorazes também ocorrem fora da arena, mas de maneira que poucos percebem até ser tarde. Com as poucas expectativas que eu tinha, definitivamente é uma boa surpresa.