Não! Não Olhe! | Crítica

Não! Não Olhe! é perfeito à la Jordan Peele!

Não! Não Olhe! é o novo filme do diretor Jordan Peele, que tem grandes títulos na bagagem: Corra! (Get Out – 2017) e Nós (Us – 2019), deixando assim o público ainda mais curioso para o novo longa.

“Eu jogarei imundície sobre você, e a tratarei com desprezo; farei de você um exem­plo.”
Naum 3:6

Em Não! Não Olhe! uma cidade do interior da Califórnia começa a ter eventos bizarros e extraterrestres. Dois irmãos “Em” (Keke Palmer) e “OJ” (Daniel Kaluuya), possuem um rancho de cavalos e são vizinhos de um parque de diversões do proprietário “Jupe” (Steven Yeun), inspirado no velho oeste. Os dois então são testemunhas de eventos bizarros e inexplicáveis que começam a acontecer na pequena cidade.

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Tensão e mais tensão

Se tem uma coisa que Jordan Peele sabe fazer, é um filme com suspense. Em “Não! Não Olhe!” não é diferente dos anteriores (Corra/Nós) e o diretor nos leva para um universo sinistro e enigmático.

OJ tenta seguir em frente após a morte de seu pai e faz de tudo para conseguir bicos e assim manter o rancho de família que existe a gerações. E as vezes, conta com a ajuda de sua irmã Em (personagem essencial no filme); que fica responsável pelas informações de seguranças quando os cavalos são selecionados pra algum trabalho.

As coisas já não estão nada bem financeiramente quando os irmãos começam a presenciar coisas estranhas e chegam a conclusão que não estão sozinhos. Então, decidem comprar câmeras para filmar lugares específicos do local (me fazendo lembrar de Atividade Paranormal) e aí as coisas começam a ficar completamente tensas.

Em busca da gravação perfeita, OJ e Em, não querem desvendar a presença para tentar acabar com ela. Mas sim, tentar faturar na internet com a aparição de um disco voador ou qualquer outra coisa que esteja rodando pelos céus. O clima tenso criado pelo diretor é agonizante, e te deixa aflito em diversos momentos: seja em um celeiro com as luzes acendendo sozinhas, com gritos horripilantes vindo do céu ou uma “chuva sangrenta”.

E o melhor de tudo, sem precisar apelar para jumpscares. A tensão é presente e te entrega um combo com medo, ansiedade e curiosidade para ver o desfecho.

O Elenco

Daniel Kaluuyat  também atuou em “Corra!” do mesmo diretor, mas neste senti falta de “algo diferente”, parece que o personagem é o mesmo que aparece em Corra!. Mesmo com alguns pontos cômicos, o ator segue no filme de uma forma “apagada” e com poucas palavras. Muitas vezes menos é mais, mas queria um pouco mais de Daniel no filme.

Não senti o protagonismo que o ator recebeu na divulgação do filme.

| A Fera – Confira vídeo inédito dos Bastidores

Diferente da atriz Keke Palmer que se torna essencial no filme após seu primeiro momento de atuação.

Ela rouba a cena trazendo uma personagem cômica e “a nossa cara” se estivéssemos na mesma situação. Se divulga como 1001 utilidades, tem a ideia de gravar para tentar dar a sorte grande e ganhar muito dinheiro. E por outro lado, quer desistir de tudo pelo medo de toda a situação. A ausência de Daniel é completada pela atriz que faz valer a cada cena que aparece, descolada e sem papas na língua a personagem nos conquistas com seu jeito “foda-se” pra tudo e sempre otimista acreditando que tudo ficará bem.

Somos representados quando a mesma recusa seguros e instalações ao adquirir as câmeras (quem nunca se irritou com vendedores que querem nos enfiar seguro pra tudo?). Temos palavrões (que muitas vezes sai automático) e uma personagem completa, que mesmo em um clima completamente tenso, consegue nos fazer rir (o famoso rir de nervoso).

Angel (Brandon Perea) chega de mansinho mas consegue nos conquistar com um personagem engraçado e persistente. E Antlers (Michael Wincott) ganha mais espaço no último ato, nos deixando ainda mais aflitos com uma voz pra lá de sinistra. Ideal para comerciais assustadores ou narração de qualquer filme de terror.

Assista em uma sala IMAX

Em suma, Não! Não olhe! é mais um grandioso filme a lá J.P, que cria uma atmosfera sinistra e enigmática para apreciação do público. Os filmes do diretor sempre costumam ter alguma mensagem oculta para os amantes de mistérios, mas confesso que sou leigo para esses tipos de mensagens. E se existe alguma neste filme, confesso que não me atentei.

Mas vivendo e aprendendo, não é mesmo? Quem sabe aos assistir novamente, eu consiga notar algo que não vi. E para melhorar ainda mais a experiência, assista em uma sala IMAX e se entregue!

E lembrem-se: está ouvindo barulhos estranhos vindo do céu? – Minha dica é simples:  Não! Não olhe!