CríticasFilmes

O Exorcista: O Devoto | Uma Tentativa de Continuação que Falha em Surpreender

Ao dar continuidade ao legado do clássico de 1973, “O Exorcista: O Devoto” prometia mergulhar novamente nas profundezas do horror sobrenatural. Contudo, o que surge é uma narrativa que, embora tecnicamente bem executada, se perde na sombra de seu antecessor. Falha em capturar a originalidade e o medo visceral que fizeram do original um marco no gênero.

| Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes – Crítica

O filme apresenta um dilema familiar quando Victor Fielding (Leslie Odom Jr.) é forçado a escolher entre sua esposa e sua filha durante um terremoto devastador. Essa escolha estabelece as bases para a narrativa, mas, infelizmente, a trama subsequente não consegue explorar plenamente as complexidades emocionais envolvidas nessa decisão, deixando um vácuo de desenvolvimento de personagem que poderia ter enriquecido a história.

A trama se desenrola 13 anos após um evento trágico, apresentando-nos a Angela (Lidya Jewett) e Katherine (Olivia O’Neill), cujo envolvimento com forças sobrenaturais desencadeia uma série de eventos perturbadores. A atmosfera sombria e tensa é habilmente construída, principalmente nas cenas iniciais, proporcionando um vislumbre da promessa de um filme de terror envolvente.

Continuação necessária?

A introdução da figura de Chris Macneil, interpretada por Ellen Burstyn, acrescenta uma camada de nostalgia, conectando o filme ao seu predecessor. No entanto, essa conexão parece mais um aceno para os fãs do que um componente essencial da trama, deixando a sensação de que é usada como um dispositivo para atrair a audiência, sem agregar substancialmente à história.

Critica O Exorcista O Devoto

A decisão de explorar o exorcismo como tema central é um território familiar, e é aqui que o filme parece tropeçar. O grupo de pessoas inexperientes embarcando em uma jornada de exorcismo carece do impacto que tornou o original tão memorável. A falta de inovação na abordagem desse tema vital torna-se evidente, deixando a audiência ansiando por reviravoltas mais significativas.

Embora o filme tenha momentos visualmente impressionantes e cenas de possessão bem elaboradas, esses elementos não conseguem elevar a narrativa para além do convencional. A ausência de verdadeiros momentos de susto e a falta de riscos narrativos significativos podem deixar os espectadores com uma sensação de desapontamento.

Nada arrepiante

“O Exorcista: O Devoto” é um filme que, embora entretenha, não consegue escapar da sombra do clássico que o precede. A tentativa de capitalizar o nome reconhecível pode atrair os fãs do gênero, mas deixa um gosto de insatisfação para aqueles que esperavam uma experiência mais profunda e arrepiante.

Em resumo, o filme é uma jornada pela familiaridade, proporcionando momentos de suspense, mas falhando em criar uma marca própria. “O Exorcista: O Devoto” pode ser uma escolha decente para os fãs mais casuais do terror. Porém, para aqueles que esperavam uma reinvenção assustadora do original, a experiência pode parecer mais repetitiva do que reveladora.