Shazam! Fúria dos Deuses | Uma guerra mitológica para divertir a família
Chegou aos cinemas mais um filme de Shazam. Desta vez, a família super poderosa deverá enfrentar a fúria das três filhas de Atlas (interpretadas pelas incríveis Helen Mirren, Lucy Liu, e Rachel Zegler) que buscam por vingança.
Comparando este segundo filme ao seu antecessor, é notável que houve uma melhora no roteiro, ainda que este seja fraco e falho no quesito “engajamento”. É um filme divertido com cenas de lutas são decentes, mas nada que seja de fato empolgante.
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Billy Batson e Freddy Freeman
O carismático Zachary Levi se encontra em uma situação, por muitas vezes, desconfortável nesse segundo filme. Enquanto Billy Batson está quase atingindo a maioridade, Levi aparenta ainda estar interpretando uma criança. A falta de sintonia dos dois atores incomoda em alguns momentos, principalmente quando o roteiro mergulha na comédia que faz com que o protagonista caia no que pode ser visto como um comportamento infantil demais para um quase adulto. Asher Angel se porta com muito mais maturidade que Zachary Levi, o que não faz o menor sentido.
Contudo, se por um lado Shazam não funciona tão bem nesse filme, o grande destaque aqui vai para Jack Dylan Grazer, que interpreta Freddy, irmão de Billy. Bem como para a sua versão adulta interpretada por Adam Brody, que também faz um trabalho muito bom. Jack tem um humor muito sarcástico que é divertido de assistir. Seu timing cômico também é excelente. O melhor ator do filme com folga.
Roteiro, figurino e CGI
Um dos maiores problemas aqui é a inconstância do texto. Os diálogos são mal desenvolvidos aqui, apesar do ótimo trabalho do elenco como um todo, mas o timing cômico do roteiro não funciona já que as cenas de humor (e muitas são ótimas) não parecem estar bem dispostas na narrativa, quebrando qualquer seriedade que o filme tenta passar. Mas é impossível não notar que, em uma sala de cinema cheia, havia momentos em que todos gargalhavam genuinamente, e momentos em que pessoas bocejavam alto. Isso tudo somado a saídas preguiçosas de roteiro que, na tentativa de serem cômicas, são inacreditavelmente desconcertantes.
Que a comédia de Shazam não se leva a sério todo mundo já sabe. O que não seria um problema se isso não atrapalhasse os arcos que o filme tenta desenvolver. Tratando-se de um filme familiar, era de se esperar momentos e conversas dentro da família que trouxessem o espectador para perto dos sentimentos dos personagens. Momentos minimamente catárticos que funcionassem como atrativo além da pancadaria inerente ao gênero. Mas não é isso que o filme entrega. O drama familiar fica no conforto da superficialidade em prol de um final com uma luta épica.
Precisamos falar dos trajes das três filhas de Atlas que estão magníficos em seus tons de bronze e branco. As armaduras com detalhes e amassados dignos de guerreiras poderosas que elas são. Ainda que eu gostaria que seus poderes tivessem sido mais aproveitados.
CGI
O CGI aqui decepciona principalmente no terceiro ato do filme que, em teoria, deveria ser o mais grandioso, mas gera um incômodo hoje já natural quando se trata de filmes de super-heróis. Não há uma necessidade de um CGI a nível Avatar (2022) obviamente, mas, mesmo com um design gráfico bonito das criaturas mitológicas, o trabalho de efeitos visuais precisa ser olhado com mais atenção.
Shazam! Fúria dos Deuses chegou aos cinemas no dia 16 de Março com seus defeitos, mas também divertido.