Sons of Anarchy | Análise da Série
A saber, Sons of Anarchy é uma série americana de drama criada por Kurt Sutter que acompanha um motoclube da cidade fictícia de Charming e sua rotina entre as gangues dos Estados Unidos. Ou seja, protagonista Jax Teller (Charlie Hunnam) é o vice presidente do motoclube que dá nome à série e é filho do falecido criador do grupo e de Gemma Teller (Katey Sagal), que por sua vez é casada com o atual presidente Clay Morrow (Ron Perlman). A série criada por Kurt Sutter em 2008 no canal FX. Kurt atua na série como Otto Delaney, membro do SAMCRO que está preso.
O MOTOCLUBE
O grupo principal formado por motociclistas que usam uma oficina chamada Teller-Morrow como fachada para um estilo de vida criminoso que envolve armas, drogas e prostituição. Cada membro tem uma personalidade característica e, apesar dos crimes, o sistema hierárquico dentro do Sons of Anarchy é bastante rígido e quase militarizado.
SAMCRO criada pelos First 9, um grupo de amigos que lutaram no Vietnã, entre eles está John Teller – pai de Jax – e Clay. Todos os membros tem tatuado o Ceifador símbolo do motoclube e se por algum motivo for expulso, terá a tatuagem retirada por fogo, faca ou uma mancha negra tatuada por cima.
O PROTAGONISTA
Jax Teller, apesar de jovem, ascendeu rápido na hierarquia do grupo e se tornou vice-presidente. Ele passou a conhecer melhor o pai, morto precocemente em um acidente, ao ler escritas dele em um caderno. John Teller queria levar o grupo para um caminho mais legal e se afastar dos crimes. Jax, desejando realizar o desejo de seu pai, começa a ter atritos com o presidente Clay e os demais membros.
Jax tem uma inteligência inata mas também é mais emotivo do que os demais membros mais velhos e “casca dura” do grupo. Ele luta para conciliar sua vida como membro do motoclube e pai/marido.
CRIMINALIDADE
Sons of Anarchy não agrada apenas quem gosta de uma boa série de drama ou ação. Quem se agrada com a vivência do outro lado da lei também sairá satisfeito. Ou seja, o jogo perigoso entre as gangues lembra o feito em O Poderoso Chefão. Gangues de negros, brancos, latinos, chineses, nazistas. Tudo ali orbita Charming e região. Até mesmo os policiais e advogados recebem seu espaço. Não somos poupados da violência e do sexo que rondam esse ambiente, mas nada gratuito ou vazio.
A SÉRIE
Então, o que mais chama a atenção em Sons of Anarchy é a grande capacidade dos roteiristas de conduzir a história em um caminho principal e cerca-lo de ramificações harmoniosas. Os episódios, em seu início, se permitem mostrar um pouco de coisas rotineiras dos personagens. Ou seja, aos poucos avança para acontecimentos importantes no meio do capítulo enquanto resolve coisas de episódios anteriores ou cria mais acontecimentos para serem resolvidos depois. Os capítulos tentem a ter a duração de um dia narrativamente, terminando geralmente com os personagens retornando às suas casas para refletir e planejar.
Os dramas são bem desenvolvidos por fazerem de maneira simples e paciente com que nos importemos com os personagens enquanto eles são manipulados na história como peças de xadrez. As cenas de ação também são muito bem trabalhadas e geralmente utilizam formas práticas, sem usar muitos efeitos computadorizados. Aparece espaço até mesmo para o humor, sempre comedido e sendo um frescor entre as placas tectônicas de tensão que formam a série.
A trilha sonora é o diferencial e na minha opinião é a melhor já feita para uma série. Além de substanciar a essência/estilo da série, abraçam o que está sendo contado ao aparecer nos momentos certos. Então, o que não é para menos que o cantor White Buffalo virou meu músico preferido. A abertura da série é de extremo bom gosto e nos empolga do começo ao fim.
3ª Temporada
A terceira temporada merece ser mencionada em separado. Um elo à parte da história ao se passar em Belfast na Irlanda e a intro da série, que já era excelente, melhora ainda mais ao receber toques característicos da música típica irlandesa. Uma temporada é melhor do que a outra e nos prende com o desenvolvimento de segredos e conflitos como uma novela top de linha.
Além disso, as atuações dispensam elogios. Cada ator escolhido a dedo, todos parecem conhecer profundamente seus personagens. Sendo assim, temos também grandes participações especiais de grandes nomes do meio artístico. É possível sentir o amor do criador, dos roteiristas e diretores pelo que se é mostrado. Amizade, família, passagem de tempo, os dois lados da lei e pensamentos filosóficos: nada é negligenciado e todo o potencial é explorado. Ou seja, cada ingrediente que compõe o sabor de Sons of Anarchy cumpre seu papel para nos entregar um drama intenso, uma ação forte e uma das melhores séries já criadas.
“Parece um daqueles programas que melhoram conforme seguem, encontrou sua vibe” – Stephen King.