Kung Fu Panda 4 | Crítica
Kung Fu Panda 4 – Uma franquia que parece não saber porquê continuar!
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Po retorna para as telonas agora para enfrentar uma feiticeira que tem o poder de se transformar em outros seres e que tem planos muito maiores para seu domínio.
O Protagonista
Nos três filmes anteriores da franquia, a história de Po é expandida para lados diferentes, mas igualmente interessantes, onde vemos respectivamente a relação de Po consigo mesmo, com a mãe, e com o pai no primeiro, segundo e terceiro longa. Aqui não há mais família biológica de Po a ser explorada, o que deixa o engajamento do protagonista menos ativo na história. Momento que a franquia já poderia estabelecer uma evolução para o personagem, mas que, após quatro filmes, Po aprendeu mais sobre o kung fu, porém ainda parece ser o mesmo panda super infantil visto no primeiro filme.
A Vilã / Os Cinco Furiosos
Em poucas palavras, o que prometia ser um adversário absurdo para Po, torna-se um dos mais simples e fracos. É essa a imagem que a “grande” vilã passa. Ela se torna tão banal quanto suas motivações preguiçosamente contextualizadas, e sua luta final não traz o mínimo sentimento de urgência, mesmo com seus poderes.
Definitivamente a maior decepção do filme, que também ilustra o descaso com os personagens. Para os fãs de Tigresa, Víbora, Garça, Louva-a-Deus e Macaco, não esperem absolutamente nada desses personagens. Ao longo de quatro filmes, o foco na evolução de Po (que, como dito, não funciona) deixa de lado seus queridos coadjuvantes, fator que vinha se agravando a cada filme. Personagens que não apenas têm o carinho do público, mas tem um potencial inexplorado de histórias que poderiam ganhar espaço nas telas.
A renegação desse grupo talvez seja o principal fator que mostra a falta de ousadia da franquia. O medo de inovar e a preferência por apostar em uma história do protagonista repetida gritam com urgência, com a impressão de assistir ao mesmo filme, mas com rostos diferentes.
Estética e humor
Visualmente o filme consegue ser bastante agradável e divertido. A Dreamworks parece saber o que quer mostrar aos nossos olhos com uma animação caricata na medida certa. Ainda que remeta muito a desenhos para televisão, Kung Fu Panda 4, é decente.
Seu humor é nitidamente infantil, principalmente quando se olha para o protagonista. E o mais engraçado é que este é o único que não funciona. Po tem um humor bobo demais comparado com aqueles ao seu redor. Destoa e causa um certo desconforto, principalmente levando em conta que este já é o quarto filme, mas, como dito, Po não evolui nem amadurece.
Por outro lado, personagens como seus pais adotivo e biológico, e o mestre Shifu (apesar de praticamente sem utilidade na história) têm um humor muito mais crível e relacionável. São personagens com diretentes camadas cômicas, mas que agradam em seus respectivos nichos.
Saldo
Caso a franquia de fato continua (provável), há dois pontos cruciais: o amadurecimento de Po, e o foco decente na relação com seus coadjuvantes (como Os Cinco Furiosos), pois, neste quarto filme, a única coisa que Po conseguiu provar é que a franquia não pode sobreviver do mesmo roteiro para sempre.
Kung Fu Panda 4 estreia dia 21 de Março em todos os cinemas.