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As Marvels | Crítica

As Marvels une acontecimentos grandiosos a um roteiro simplório e divertido.

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No Universo Cinematográfico da Marvel, quase nada é novidade. Já exploramos lugares ao redor do mundo e do universo, períodos históricos diversos, viagem no tempo e outras realidades. É realmente muito difícil criar algo novo de fato marcante, então, desta forma, restou à Marvel explorar as próprias possibilidades e trabalhar melhor a dinâmica de seus personagens em sua trama.

Esta estratégia poderia dar muito certo caso a Marvel levasse seus filmes mias à sério, trabalhando de forma mais intensa as próprias capacidades neste vasto campo de atuação ao qual ela detém. E, por mais que tenham levado mais de trinta filmes para trabalhar conceitos e ideias, ainda temos a impressão de que, principalmente nesta fase dos filmes, tudo parece estar meio corrido.

Fórmula Marvel

Isto é consequência da fórmula Marvel que aparentemente tomou forma na altura do primeiro Vingadores: assumir um papel de fast food onde parece apostar mais em causar hormônio de prazer no cérebro do público em forma de piadas rápidas, ação sem gravidade e fan servisse, do que ter uma qualidade genuína. E As Marvels é um grande exemplo disso.

Nick Fury não precisa mais ser o elo entre os heróis, pode ser apenas um cara cansado do mundo que o rodeia e que apenas se permite dar ordens da forma mais natural possível e tecer certos comentários bem humorados. A família de Kamala Khan teve a casa destruída numa invasão alienígena? Sem problemas! Isso é concertado no tempo entre um filme e outro. (Alguém lembra dos dedos e da cabeça de Celestial despontando do centro da Terra?) Se um personagem fizer um sacrifício heroico, podemos apenas esperar que ele vá parar em alguma outra realidade. Parece que a morte não é mais uma opção no UCM.

As Marvels - Crítica

Não tememos mais por aqueles personagens. A última vez foi, talvez, em Dr. Estranho – Multiverso da Loucura. Mas, veja, nada disso é exatamente ruim. Ou seja, se houvesse mais calma e mais detalhamento nos acontecimentos, teríamos mais tempo para digerir o que vemos. Mas não se pode esperar um sabor refinado de um hamburguer de fast food, né?

Ágil e divertido?!

Porém, uma vez que entendemos o Estilo Marvel de Ser, podemos aproveitar As Marvels. É tudo o que já esperávamos: relação divertida entre as protagonistas, vilã genérica e trama espacial que sempre parece ser uma versão sem vida do que vemos em Guardiões da Galáxia. Serio que o diferencial de um planeta novo apresentado é um lugar onde todos cantam o tempo todo? Mas ok, lembre-se: Estilo Marvel de Ser. A Marvel, exceto pelos filmes-evento como Vingadores ou Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, costuma ser um universo de filmes Sessão da Tarde. As Marvels é um excelente passatempo: ágil, divertido e, apesar de envolver o destino de civilizações inteiras, raso. Desligue seu cérebro e talvez consiga se divertir.

A Carol Danvers de Brie Larson continua igual: tenta ser marrenta como Tony Stark mas sem o carisma. E eu juro que ela consegue entrar em um sol mas queima o dedo mexendo na parte elétrica da própria nave. A Monica Rambeau de Teyonah Parris é apagada o filme inteiro e quase sem personalidade. Mais parece um atalho do roteiro para explicar invencionices científicas em forma de gente com poderes. Mas é visível que a atriz tenta exprimir água de pedra em sua atuação. Iman Vellani é a alma do filme. Dá para ver como os roteiristas se divertiram escrevendo as falas dela e como ela se divertiu atuando.

A felicidade da personagem em fazer parte daquele universo reflete a empolgação da atriz. (Apenas não sei como ela se sairia em outro tipo de papel). Porém, tem um certo momento de dinâmica entre as três personagens que era para tentar exprimir alguma emoção, mas apenas fez com que as três atrizes parecessem muito amadoras. Mas claramente a culpa é mais da direção do que propriamente delas ou do roteiro.

As Marvels - Crítica

Finalizando …

A direção de Nia da Costa é mais um lugar-comum no UCM, como os filmes do Homem-Formiga, por exemplo. O CGI continua fraco e preguiçoso em muitos momentos.

Mas o que de fato mais chama a atenção é a cena pós-crédito que força muito a barra perante o final da produção e serve apenas para mostrar que o filme não é totalmente episódico.  No fim, As Marvels é apenas um clichê da fórmula Marvel que consegue nos entreter despretensiosamente.

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