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Com mensagem antirracista ‘A lenda de Candyman’ satisfaz com ótimo suspense

A lenda de Candyman consegue prender o espectador com um suspense agonizante.

O primeiro filme da lenda lançado em 1992 “O mistério de Candyman” foi interpretado por Tony Todd, com direito a duas sequências: “Candyman 2: A Vingança” (1995) e “Candyman 3: Dia dos Mortos” (1999).

O novo longa que estreou dia 26 de agosto tem a produção de Jordan Peele (Corra! e Nós), com direção de Nia Dacosta (Little Woods).

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A LENDA

Publicado no Brasil pela Darkside Books o conto foi escrito por Clive Barker. A história traz o personagem Daniel Robitaille, um dos escravizados de uma plantação de Nova Orleans. Após se envolver com a filha do dono das terras, é morto, torturado e tem a mão decepada, além de ser amarrado e ter mel espalhado por todas as partes do seu corpo para ser atacado por formigas e abelhas.

Os que presenciaram o ocorrido zombavam de Daniel chamando o escravo de “Sweet Man” por cinco vezes seguidas. Antes de morrer ele amaldiçoou todos que estavam presentes, e Candyman foi a última palavra que disse antes de morrer. Após um século ele volta matando todas as pessoas que dizem o seu nome cinco vezes em frente ao espelho.

VAI UMA INSPIRAÇÃO?

A lenda de Candyman traz uma narrativa lenta em seu início, mas a evolução dos acontecimentos que somos apresentados; nos deixa presos e desperta curiosidade para o que vem a seguir. Anthony McCoy (Yahia Abdul-Mateen II) é conhecido por seus quadros sobre racismo. Porém, ele vem enfrentando um bloqueio criativo que coloca uma certa pressão em seu relacionamento com Briana Cartwright (Teyonah Parris), diretora de galeria de arte.

Após uma visita ao bairro de Cabrini-Green, McCoy desperta a sua inspiração, mas logo começa a ver que as coisas começam a dar completamente erradas.

Nos envolvemos junto à Antonhy conforme as coisas vão acontecendo após Candyman ser evocado depois de tanto tempo. Situações que se fossem conosco, provavelmente não iríamos saber o que fazer. Quem iria acreditar se você ousasse dizer que despertou um assassino de uma lenda antiga e que agora ele vai “matar geral”? Pois é, o mínimo que ganharia seria uma camisa de força.

Uma coisa que sempre comento quando assisto a um filme que envolve forças malignas, espíritos, demônios e outros: essa galera não assiste filme de terror não? Sinto um ódio pelos personagens (desabafo), em certo momento do filme pesquisando sobre a lenda Anthony lê:

‘... Para invocar candyman, diga o nome dele cinco vezes em frente ao espelho…

Não preciso dizer o que ele fez né? Pois é!

VILÃO … OU NÃO?!

O longa se desenvolve nos mostrando como o pintor é afetado aos poucos pela presença de Candyman, seja em momentos de encontro com a lenda ou com as mortes bem sangrentas que somos apresentados.

Mas neste podemos ter uma nova visão do monstro que Candyman é. Sim, ele é um vilão, mas não antes de ser uma vítima da sociedade seja pelo ódio dos brancos pelos negros, dos policiais que usam seus distintivos para disseminar o ódio, dos homens que odeiam as mulheres, os ricos que menosprezam e criminaliza os pobres pela cor, então, ele não deseja nada mais que vingança por toda indiferença criada pelas pessoas a cada década.

Sim, as pessoas precisam acordar, e pior do que muito bicho-pão é o preconceito que ainda existe nas pessoas.

Em suma o filme vale a pena ser conferido e apreciado, Yahia e Teyonah entregam um ótimo trabalho em suas atuações, um suspense que transmite os sentimentos apresentados, uma ótima história e com direito a plot twist.

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