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Maligno de James Wan despenca do terror a um suspense investigativo

Após a divulgação de seu lançamento, Maligno era um dos filmes mais esperados este ano, devido à falta de bons filmes de terror. Sim, estamos sentindo falta de filmes que nos deixam com medo e que nos façam cobrir a cabeça na hora de dormir (o que pra mim não precisa de muito rs).

Sempre gostei dos trabalhos do James Wan (Jogos Mortais, Invocação do Mal, Annabelle), mas Maligno é uma produção que não entrará na minha lista de favoritos. Talvez o problema ainda seja criar muitas expectativas ao ver um trailer (um defeito comum entre nós, cinéfilos!).

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Começo que prende …

Madison (Annabelle Wallis) luta diariamente para manter a sua gravidez saudável e não perder a sua filha. Além do cansaço físico do trabalho e emocional dos traumas que carrega, ela tem que lidar com seu marido Derek (Jake Abel) que tem problemas com bebidas e é agressivo.

Com a esperança de que o nascimento de sua filha melhore o seu relacionamento, Madison tem seu sonho destruído. Após sua casa ser invadida durante uma noite e ela parar no hospital, sua vida vira de ponta-cabeça ao perceber que criou uma conexão com o invasor, passando a ter visões dos seus próximos ataques.

Os acontecimentos logo ao início do filme nos prendem e abrem uma ‘esperança’ para bons sustos, mas não é o que acontece.

Ok, mas e o terror?

Após a invasão na casa, pensei: “eita, o negócio vai ficar tenso!”, mas foi só pensamento mesmo. Quando o filme vai se desenvolvendo, acompanhamos Madison entre o trauma da invasão, visões dos assassinatos e, quando menos espera, sendo a principal suspeita pelas mortes.

E, para achar o assassino, começa uma investigação das vítimas e de Madison, desde sua infância até a invasão em sua casa. Quando Maligno embarca nessa busca para prender o sanguinário que está à solta, o filme tem uma troca de gênero que sai completamente do terror (que era a expectativa) para um suspense investigativo.

E quando somos apresentados ao ‘vilão’ da história, ficamos igual ao meme da Nazaré, fazendo cálculos e mais cálculos para tentar entender. Baixo orçamento? Preguiça? Eles queriam algo trash mesmo?

Sim, você não terá grandes (ou o mínimo que seja) sustos durante o filme.

Luz, câmera, ação!

Mesmo Maligno me deixando decepcionado, tem dois pontos que me agradaram bastante.

Achei sensacional a forma que eles fizeram as visões que Madison tem no decorrer do longa. A paralisia ao ver o acontecimento em tempo real, para mim ficou sensacional, lembrando muito a paralisia do sono. E em meio a esse suspense, temos algumas cenas de ação e achei muito bem-feita a cena na delegacia (chegando ao final do filme), pois a coreografia aplicada, os ataques, os golpes, ficou bem elaborada e gostosa de assistir para quem gosta.

Em suma, Maligno não é um filme de terror que vai te deixar com medo ou tirar o seu sono. Ou seja, talvez tenhamos comprado o filme de forma errada (ou o nosso querido James que nos iludiu).

Mas, ele tem uma história muito boa e que se completa sem deixar brechas. Assista ao filme (deixando a ideia de terror de lado) e talvez você goste – e não se decepcione como eu.

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