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Argylle – O Superespião | Crítica

Argylle é um filme de espionagem com potencial em meio aos defeitos.

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Mais um filme de espionagem dirigido por Matthew Vaughn (Kingsman: Serviço Secreto; Kingsman: Círculo Dourado; King’s Man: A Origem), onde neste há uma escritora (Bryce Dallas Howard) de romances de espiões que transcreve para seus livros histórias que de fato ocorreram com uma agência de espionagem real, a qual acredita que a escritora tem as respostas que eles buscam. Ao passo em que a agência quer obter tais respostas, há outros tentando impedir que a agência tenha êxito.

Inovador?

Para aqueles já familiarizados com o trabalho do diretor, Argylle vai parecer mais do mesmo. Em outros tempos, esse filme poderia fazer muito sucesso, mas dificilmente vai conseguir uma boa recepção de um público de uma franquia que não está sabendo se sustentar.

E sim, Argylle faz parte do universo de Kingsman, mas não há a menor necessidade de assistir aos outros filmes da franquia (citados anteriormente). Este é um núcleo novo dentro do universo, que se respeita dentro de seu nicho de personagens, mas que pouco engaja.

Critica Argylle

Grandes nomes, pequenas participações?

Repleto de artistas, esse filme não faz um bom uso de seu elenco. Dua Lipa e John Cena são reduzidos praticamente à participações especiais, de tão curto é o tempo de tela que os dois têm. E ainda assim, Cena conseguiu, com seus poucos minutos, ser um destaque positivo em um filme desnecessariamente longo. Porém, o nome mais desperdiçado foi Ariana DeBose. Estamos falando de uma atriz que venceu premiações. Um nome de peso e de um talento espetacular, mas que foi reduzida a pouquíssimas falas (duas ou três, sem exagero). Uma pena Ariana passar quase despercebida.

E uma pena maior ainda é ver Bryce Dallas Howard tentar e não conseguir se encaixar no papel da protagonista. Uma personagem com muitas reviravoltas durante a trama, mas que pouco convence com sua performance. Eu adoraria ver uma versão desse filme onde Ariana e Bryce trocassem de papéis. Acredito que o filme conseguiria ter uma protagonista mais fluida para acompanhar a história do mesmo jeito que Sam Rockwell faz. Sam é um dos atores sobre quem poucos falam, mas esse filme é mais um em sua carreira que prova do que ele é capaz, com um ótimo senso de humor que casa muito bem com a franquia.

Universo compartilhado? Uma nova franquia?

Como dito anteriormente, o filme indica que faz parte do universo já conhecido de Kingsman. Contudo não se sabe se essa conexão foi proposital, visando uma expansão do universo nos cinemas, ou se foi apenas uma referência. O que se sabe hoje é que há planos para uma sequência de Argylle, mas que a incerteza do sucesso de bilheteria pode comprometer esses planos. Incerteza essa causada pela marca já gasta do diretor, mas também pela longa duração do filme, que o torna cansativo mesmo com boas cenas de luta e ação.

Para essa nova franquia funcionar, é preciso de um roteiro com menos reviravoltas, e que sejam mais empolgantes e surpreendentes. O foco deve ser em qualidade e não quantidade. São tantos os plot twists que o telespectador pode ficar até irritado com o fim do filme que aparenta nunca chegar. Falta objetividade do filme, que de certo exigirá paciência do público.

Apoio uma nova franquia, desde que correções sejam feitas, ou serão filmes completamente esquecíveis.

Argylle estreia dia 1º de Fevereiro em todos os cinemas.