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Duna: Parte 2 é impressionante e marcante

Duna: Parte 2 é impressionante como arte e marcante como filme.

Numa Hollywood cada vez mais tomada por conteúdos requentados e/ou medíocres, a franquia Duna firma-se como um marco em qualidade e completude. O filme nega-se ao longo de toda a duração a não ser o melhor possível em tudo que possa transmitir. E com isso todos podemos perceber que nenhuma decisão ali foi tomada por acaso ou não foi repensada. Em meio a blockboosters preguiçosos, somos abençoados com um filme caprichado a todo momento.

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Tecnicamente Duna – parte 2 é impecável. A fotografia deixa claro que estamos perante um espetáculo e a trilha sonora nos envolve ao que estamos presenciando.

Menos Militarizado e mais político

O roteiro pode parecer clichê, afinal quantos protagonistas são conhecidos como “Escolhidos” ou “Eleitos” na cultura pop? Vide Matrix ou Harry Potter. Mas não devemos esquecer que os filmes são adaptações do livro “Duna”, escrito por Frank Herbert e lançado em 1965 e que (não por acaso) serviu até mesmo de inspiração para Star Wars. Aqui podemos também lembrar da franquia Avatar, cujo plot é semelhante: Civilização alienígena avançada sobrepuja-se sobre outra menos tecnológica enquanto o protagonista, de origem comum aos invasores, luta ao lado dos rebeldes por justiça. Porém Duna é muito menos militarizado e muito mais político ao retratar a problemática.

Duna Parte 2 é impressionante e marcante

Atreides (Timothée Chalamet) escolhido involuntariamente para ser o líder dos Fremen contra os Arrakis. Sendo assim, enquanto tenta descobrir se de fato é a figura profética que previa um “Messias salvador” que libertaria os Fremen contra a tirania.

Duna – Parte 2 se desenrola como deve se desenrolar. Ou seja, com suas quase três horas de cumprimento sendo plenamente justificadas enquanto assistimos – ou melhor, apreciamos – personagens se desenvolvendo e interações se estreitando enquanto cada vez mais prometem um estopim épico. De fato, cumpre sua palavra com um terceiro ato épico e grandioso, apresentando um espetáculo que não era visto desde a trilogia de O Senhor dos Anéis.

Alto Nível

O elenco trás muitas das principais personalidades que estão em alta no momento, assim como o primeiro filme. E, com mais ou menos participação, nenhuma tem aparição gratuita ou que não prometa algo importante mais à frente. Então, as atuações estão à altura de seus personagens. E o destaque vai para Timothée que vai de um personagem cheio de dúvidas a um líder emblemático e a Zendaya, que, como sempre, está muito segura em um papel firme, decidido e carismático.

Duna – parte 2 é o símbolo máximo do cinema de alto nível atual: tecnicamente poderoso, artisticamente impressionante e com uma trama grandiosa e humanamente profunda que se consagra como um marco no meio de produções medíocres e justifica novamente a razão de se assistir a um filme no cinema.